Como se os netos de Kuti se vissem, de repente, privados do mp3 que herdaram do avô, é aqui que Marafada os mira, sorridente, enquanto amarra o precioso artefacto na palma de uma mão que promete jamais o largar enquanto os pés dão à sola em direcção aos estúdios da Rádio Universidade de Coimbra (RUC). 

Óbvio que nenhuma carreira de dj começou realmente assim, mas para a narrativa acompanhar o enredo com que Ana Rita Rodrigues deu os primeiros toques no underground de Coimbra é preciso fantasiar um bocadinho e dar-mo-nos ao luxo de imaginar todo o tipo de cenários por detrás da sua participação em programas de rádio como Gondwana (em torno da música étnica) ou do Vektor (mais virado para a música electrónica), bem como tudo o que antecedeu a presença entre as longas noites nas repúblicas, na Casa das Artes Bissaya Barreto ou no Pomares Music Fest. 

Se, na verdade, o que interessa é dançar ao ritmo de mais variadas coordenadas geográficas, facto é que aqui a bússola aponta sempre para Sul e os netos do Kuti nunca mais irão recuperar o que lhes foi roubado. 

As pistas de dança agradecem e o fio conductor da narrativa, também. 

So long, “Fella’s”…